Anistia:
como assim? Por Antônio José Botelho, em 19 de dezembro de 2025
É
como o presidente Lula tem dito: o julgamento das tropas&trupes ainda nem foi
plenamente finalizado e já foi aprovada nova dose de penalidade. E isso tudo em
função de um único CPF, carreando os adeptos&asseclas. Inacreditável!
Em
verdade, é sim acreditável, pois foi a grande herança política que essa
vertente ideológica, de ultra&extrema direita, deixou para o país&nação.
Ou seja, um parlamento cuja maioria é de direita, desde o centrão, que há
tempos aprova a toque de caixa corporativista as leis pátrias&mátrias. Nesse
desiderato, é gigantesco o saldo de fileiras evangélicas na Câmara, que pulou
de uma para nove, segundo um de seus líderes atuais (o mesmo dos $400 mil
lacrados e guardados em casa).
Essa
conformação arraigada foi possível, inclusive, com a presença marcante de
recursos financeiros distribuídos secretamente pelas emendas parlamentares,
cujos desvios, aqui&acolá, têm vindo à tona mediante investigações
policiais. Ao que parece, poucos parlamentares encheram os bolsos; enquanto milhões de brasileiras&brasileiros permanecem à míngua, com deficiência em
infraestrutura econômica, com escassez de escolas&hospitais, e com
segurança pública limitada. Portanto, segue o curso dos saques ao orçamento público.
Esses assaltos têm sido efetivados desde priscas eras, desde os tempos
coloniais até as várias repúblicas durante o século XX, passando pelo império,
cujos configurações políticas tiveram várias bandeiras e fronteiras em
construção.
É
bom lembrar que foi exatamente essa modalidade de assaltar os cofres públicos –
o inacreditável orçamento secreto − que manteve o então chefe do executivo,
sentado na cadeira presidencial com a caneta nas mãos, fazendo motociatas pelo
Brasil afora. Vale a pena relembrar as chacotas&zombarias da época da
pandemia? Acredito que não, pois já está em descrédito&desacreditado (ainda que esteja depositando todas as fichas no zero 1)! Os
barulhos que essa turma ultra-extremista fez e continua fazendo vem daí, das
hostes&hordas parlamentares. Seus slogans são todos questionáveis: falam de
Deus, mas será que Deus privilegia o capital em detrimento do trabalho; será
que Ele aprova delírios&devaneios antidemocráticos? Falam de pátria, mas será
que esse conceito é mais importante do que o de mátria, isto é, será que o país
é mais importante do que a nação? Falam de família; mas será que as famílias
não podem se transmutar&transformar? Finalmente, falam em liberdade; mas
será que esse fundamento só vale e só interessa ao liberal&conservador, sem que seja necessário observar&respeitar os preceitos constitucionais?
Euzinho
não tenho dúvidas que se a Dilminha tivesse lançado mão desse expediente, de
distribuir dinheiro à rodo aos parlamentares, não teria sido impedida. Até porque os deslizes
contábeis são incomensuráveis menores do que as afrontas&arroubos contra a
democracia&estadomoderno, que perduraram durante o mandato 2019-2022 (lembram-se do famoso dito napoleônico autoritário "o estado sou eu" verbalizado pelo cidadão no cercadinho? lembram-se, ainda, do cidadão se expondo na mídia cortando cabelo, como fazia fascista Mussolini? ambas as posturas tentando passar domínio da situação, o qual se mostrou frágil). Esse é o ponto: como abrandar&atenuar penas&penalidades
de quem conspira contra, de quem trai o estado democrático de direito?
Impensável!
Poderíamos
fazer um rápido&pequeno paralelo com o tempo em que Lula ficou preso: 580
dias! Lembro da campanha LL, que os militantes mais próximos sustentaram nesse período (4.2028-11.2019). Daí, também, veio a atual primeira dama! Foi solto após as artimanhas&ardilosos dos
procedimentos&protocolos judiciais levados à cabo no processo pertinente terem sido
indagados&inqueridos no âmbito da legalidade (aqui&acolá o juiz-chefe de então recebe uma alfinetada da ordem jurídica). Tal investigação, no contexto
do direito positivo, trouxe o ex-sindicalista novamente para o páreo eleitoral, sendo
eleito pela terceira vez presidente do Brasil. E ele vai de vento em popa em
busca do inédito quarto mandato. Todavia, o atual e mais famoso
condenado&detento ainda nem esquentou a cela, e já dispõe de mitigação da
pena, cuja possibilidade de efetiva aplicação ainda vai rolar nas instâncias da judicialização,
após provável veto presidencial.
Dizem
que Lula determinou a condenação dos elementos&indivíduos
faltosos&criminosos atinentes&aderentes aos processos ex-ante&ex-post 8
de janeiro de 2023. Como pode? Impossível! A independência do judiciário
pátrio&mátrio tem sido inquestionável, mesmo com as pressões do tio Sam. O
escorregado na maionese, o pisado na bola que determinou o transitado em julgado
representa um marco histórico para o judiciário brasileiro, quer
esperneiem&estrebuchem ou não os ultra-extremistas da direita. O resultado prático
foi o fortalecimento da democracia pátria&mátria, que segue firme&forte
para a próxima eleição presidencial.
Podemos,
ainda, ilustrar a aprovação de uma nova dosimetria no senado do ponto de vista
das negociações no âmbito de um presidencialismo de coalisão. Se Lula avalizou
a conduta do seu líder, cometeu gravíssimo equívoco. Inclusive, contradizendo seu
discurso de que o estado democrático de direito é inegociável. Se o senador-líder, que
conduziu as negociações, agiu por conta própria igualmente cometeu um grave
erro, ainda que seja necessário&urgente cortar gorduras de isenções de impostos
e taxar mais&melhor quem fatura horrores, para ampliar o orçamento público, para fins de investimentos em programas desenvolvimentistas&progressistas,
que segue(m) engessado(s). Enfim, são as esquisitices&excentricidades de um
regime político que exige maioria no congresso para governar com folga. Ou
seja, um estado que não tem claro seus objetivos supremos para com a pátria e,
especialmente, para com a nação.
Isto
posto, por todas as frentes abordadas, a aprovação do PL em foco, que seguiu para ratificação presidencial (ou não), expressa uma
porralouquice, considerando as facadas que foram dadas na democracia, no estado
moderno; estado esse consubstanciado pela Carta Magna da República Federativa do
Brasil. Ou seja, foi um ato muito pouco republicano, ainda que contando com os
votos necessários de uma assembleia parlamentar, legal&legitimamente
eleita.
Inclusive,
resta recomendado que, mesmo com abrandamento da prisão, portanto, para além da condenação penal, todo sujeito que
atentar&intentar contra o estado democrático de direito deveria perder os
direitos políticos perpetuamente (condenação política), melhor ainda, para todo o sempre, isto é, até
em outras encarnações o indivíduo deveria ser impedido de administrar a ordem
pública e de conduzir o povo, pois perdeu, de feio e com feiura, a oportunidade concedida pela universo&Infinito para fazer mais&melhor.
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