18/12/2025

PELA INVERSÃO DO MAPA MUNDI!

 

Em prol do sul global, por Antônio José Botelho, em 17.12.2025


A imagem acima, do mapa do planeta invertido, é bastante significativa em duas frentes de significações. Poderíamos explorar a temática das mudanças&emergência climáticas, apontando para as ameaças&agruras pelas quais passam os países com temperaturas extremas em curto-circuito e tempestades&temporais, na forma de ciclones&tornados&furações, temperadas&turbinadas com queimadas&inundações, que destroem infraestruturas e causam mortes de seres humanos e de animais&plantas, deteriorando as condições das sociedades&economias. No entanto, vou preferir tocar uma janela de oportunidade, exatamente porque poderá salvaguardar a sobrevivência das nações e o equilíbrio da natureza. Na realidade, essas visões se entrelaçam

É claro que penso na perspectiva de se ampliar a dimensão multipolar do poder político e econômico
 dos países para muito além de uma geometria unipolar, determinada pela nação mais poderosa do planeta. Isso foi/é possível, exclusivamente, por ela possuir, frente aos demais países, mais tecnologia e capacidades destrutivas de ataque&defesa, cujo conjunto define um estilo de vida, um modo de pensar e agir no mercado; uma cultura, enfim. Aquém das formas políticas necessariamente ditas, como por exemplo a socialista, estamos abordando a questão dentro do próprio capitalismo, que predomina e que é, até o atual momento histórico, mais compatível com a evolução espiritual do homem na terra

O alinhamento e o ajustamento do capitalismo estão em processo de mudanças&transformações com a introdução do conceito&instituto do desenvolvimento sustentável, quer queiram ou não os liberais&conservadores. Os progressistas conduzem como podem; e os demais conduzirão quando o ponto de não retorno dos ecossistemas ambientais&ecológicos passarem a ser visíveis. É ou seria recomendável que essa postura de prudência&sensatez fosse para antes de ontem, tendo sido o ontem de programações e o hoje de implementações. No entanto, resistência&negacionismo ainda estão presentes nas decisões políticas&econômicas

Assim, fica claro, claríssima a importância da inversão do poder no planeta, dividindo responsabilidades&compromissos de todas as sociedades, visando a manutenção da vida humana na terra. É sabido que a independência tardia das colônias, na forma de países “independentes” foi guiada por interesses econômicos, sob a batuta da ordem política. Desta forma, a hegemonia passou a ser controlada via domínio de mercados com a imposição de tecnologias, que explodem a acumulação de lucros mediante a reprodução constante do consumo. Inclusive, hoje em dia firmas globais, com poderosos recursos de informática, possuem o mesmo poder dos estados nacionais, talvez mesmo até maior poder de influência

Nesse contexto, com mudanças, por exemplo, do padrão-ouro para o padrão-dólar, nas transações internacionais de comércio exterior, só avantajava a hegemonia e o domínio unipolar da nação mais poderosa do planeta. Todavia, esse status quo está no começo do fim. E é para esta nova trajetória de organização da geopolítica que a imagem em destaque aponta. Ou seja, mais países poderosos e influentes estarão cada vez mais atuando em benefício de uma ordem multipolar. Infelizmente, com o concurso de corrida armamentista, pois essa é a linguagem que a humanidade entende&teme. Por óbvio, lançando mão de mecanismos e ferramentas de gestão das nacionalidades independentes dos condicionamentos de domínio criados no pós-guerra e, sobretudo, ratificados e ampliados após a guerra fria. No entanto, naturalmente com a intercorrência do desenvolvimento sustentável pautada na sua ética intrínseca.

Com os mercados acionando novas formas de pagamento das importações&exportações, considerando os negócios internos, estruturadas no desenvolvimento&ética sustentável, a inversão do poder global poderá favorecer&viabilizar o sul global. A expectativa&esperança é que, nesse jogo de poder, as mesmas artimanhas&carapuças políticas de caráter unipolar não sejam (re)aplicadas&mantidas. Oxalá, quiçá o estado democrático de direito seja aprimorado em todos os cantos e nas quatro&oito direções do planeta, viabilizando&promovendo saúde, segurança, educação e prosperidade para todas&todos os seres humanos. As sociedades&natureza agradecerão!

Fomos acostumados a olhar para o hemisfério norte como sinônimo de desenvolvimento; e para o sul como espaço de subdesenvolvimento. Agora, esse cenário pode mudar com a inversão de valores, isto é, podemos entender o hemisfério sul como representando a verdadeira civilidade humana, pois poderá passar a dar exemplos, com a prática, de uma existência no planeta sustentado&autossustentável por uma rede ética de cooperação&confiança multipolar. É difícil, mas não impossível. E o verbo vem na frente como ideia&ideal&ideário fundamental! Neste diapasão, o planeta todo será coroado com o desenvolvimento sustentável, com inclusão social até a exaustão, com plena distribuição de renda, com a superação das desigualdades sociais, via igualdades de oportunidades, e com renovadas&recorrentes mitigações ambientais, estabelecidos a produção&distribuição&consumo limpos&inteligentes.

Porém, essa simbiose sinérgica entre norte&sul não poderá ser às custas das soberanias nacionais. Exemplo lapidar é a reedição da doutrina Monroe pelo atual chefe norte americano, que trata as repúblicas americanas como subordinadas aos tio Sam; vale dizer, as trata como se fossem quintais estadunidenses. A peia militar à Venezuela é surreal, ainda que possamos ter restrições às opções ditatoriais de chefe bolivariano. Neste sentido, a resistência histórica cubana é heroica, apesar dos desatinos democráticos, isto é, a família Castro já deveria ter “dado no pé”. Tampouco, outros chefes nacionais de alhures devem resolver questões de fronteira pelo conflito armado. Lembremos sempre que a democracia, ainda que imperfeita, é a melhor solução política, por hora. Que haja paz!

Isto posto, com o ajustamento&alinhamento do capitalismo à multilateralidade e à ética sustentável, haverá um assentamento da paz&bem na terra! Especialmente, se cada um nós conseguirmos a necessária transformação espiritual, onde a competição&acumulação cedam lugar para a fraternidade&solidariedade. É uma utopia, dentre outras; contudo, são elas que nos movem! Idealmente, que as intenções&atitudes sejam corretas&justas! Não há tempo a perder! A luta não pode ser individual, mas deve ser coletiva em prol da dignidade&elevação de todas&todos!

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