A
caminho da aposentadoria: já na reserva
Esta crônica tem como
objetivo registrar historicamente a grande tendência da minha profissionalidade
no chão institucional. Ela cobrirá o período de março de 2013 até agora, maio
de 2014.
Após atuar por quase
uma década na assessoria de planejamento, opinando ativamente na idealização de
nossos planos estratégicos, fui exilado por 45 dias na biblioteca, entre março
e abril de 2013, aguardando uma posição administrativa, aguardando a definição
de um novo posto de trabalho. Hoje, imagino que essa inércia administrativa
tenha sido motivada pelo desejo do gestor, um dos representantes do PT na atual
administração, de me manter naquela assessoria, porém sem a remuneração
usufruída entre 2004/2013. É a única justificativa que encontro para tal
constrangimento, pois que resisti a essa possibilidade com todas as minhas
forças. Somente um sábio, dotado de humildade, se submeteria a essa situação,
de continuar na mesma mesa, realizando a mesma tarefa sem a regular
gratificação.
Nesse primeiro momento,
foi negada a possibilidade de atuar como engenheiro civil, tanto no setor de
engenharia, propriamente dito, quanto na Auditoria, fiscalizando obras e serviços.
Na medida em que o constrangimento foi ficando desfavorável para a minha saúde
psicossocial, passei a registrar os fatos por meio de memorandos, o que deve
ter contribuído para minha ida para a assessoria de administração, sem
remuneração apropriada, conforme praxe do sistema de cargos de confiança.
Nesse espaço do chão
institucional, substitui 3 assessores que mantinham o apoio ao gabinete da
função administração, devolvidos à Contratada após o encerramento do contrato
de assessoramento superior. Apesar de ter pedido para sair, pois entendia
inaceitável assumir responsabilidades específicas sem a devida remuneração de
assessor, fui ficando para não demonstrar intransigência. Na realidade, percebi
o quanto a substituta de plantão precisava de ajuda. Até porque, ao que tudo
parece, fora essa colega do chão institucional que me aceitara. Penso que dei
conta do recado, ainda que tenha incomodado a sistemática estabelecida na
gestão de contratos, na medida em que recebi, quando da troca de comando em
março passado, um gelo antártico, que me levou a buscar um novo espaço no chão
institucional. Esse gelo, de quase 30 dias, na realidade, foi sistemático ao
longo do período desta crônica, em toda substituição provisória de comando.
Além de ter dado
vazão em tempo hábil de todos os processos administrativos nos quais era
demandado um encaminhamento, passei a fazer, de plano e de pronto, apontamentos
sobre alguns procedimentos diretivos, os quais não foram bem aceitos. Registro
abaixo 3 deles que julgo dos mais importantes:
a) Adoção
do poder de compra da Suframa como ferramenta de política industrial em prol do
autodesenvolvimento via amazonidades;
b) Potencialização
da adoção do conceito de sustentabilidade junto aos Termos de Referência;
c) Adoção
das orientações estratégicas do governo federal estruturadas com base nos
estudos do TCU para uma solução definitiva dos serviços de TI.
Os apontamentos eram
passados em rede com as autoridades constituídas da SAD, da Audit, da Comissão de
Licitação e da própria autoridade discricionária do chão institucional.
Raríssimas vezes foram sequer respondidos, quanto mais discutidos. Pelos menos
não em minha presença. Por isso mesmo entendo que não houve rejeição muito
menos adoção. Mas até pode estar fazendo parte, um ou outro tópico, de plano de
trabalho da Audit, por exemplo.
Esses apontamentos
também abordaram procedimentos operacionais, quais:
a) Redução
do volume de cópias na abertura de processos com grande número de volumes via a
vis adoção de dossiê dos fatos legais que importam na gestão do contrato;
b) Demanda
por empenhos em valores compatíveis com o total contratado frente ao uso
otimizado do crédito orçamentário evitando cancelamentos anuais de monta;
c) Revisão
dos procedimentos de consultas de preços e de recebimento parcial do objeto para
a renovação contratual;
d) Atenção
rigorosa com os prazos de vencimentos dos contratos e elaboração em tempo hábil
dos Termos de Referência.
Esses apontamentos
envolveram, seguramente, considerando réplicas e tréplicas, a emissão de cerca
de 50 e-mails. Alguns deles, inclusive, apontavam questões de ordem pedagógica,
pois que sintetizei todas as palestras que ouvi de uma única oportunidade de
treinamento que tive nesse período, ao participar do Fórum Nacional de
Licitações & Contratos: reflexões sobre os 20 anos da Lei nº 8.666/93, realizado
nos dias 20 e 21 de junho de 2013, no Blue Tree Premium Manaus. Nesse quesito,
fui além, comprando, logo que sentei na mesa de trabalho da assessoria da SAD,
e lendo, por conta própria, o livro Licitação no Brasil, de André Rosilho, pois
meu conhecimento na temática se resumia a experiência como professor substituto
da UFAM, entre 1990/1991, quando ministrei a disciplina Orçamento Público um
único semestre, além de um seminário como estudante de administração sobre
Contratos Administrativos, contando crédito optativo, realizado entre 6 e
10.06.1983. Ressalte-se, ademais, que ambas as oportunidades se deram sob marco
regulatório anterior ao atual. Como gosto de estudar, sugeri aos pares os
seguintes textos, resultados de trabalhos científicos e de palestras
governamentais, mapeados na grande rede, além do de Rosilho:
a) O
combate ao desperdício no gasto público de Alexandre Ribeiro Motta;
b) Política
de Compras e Contratações de Ciro Campos Christo Fernandes;
c) Licitações
Públicas Sustentáveis e Novo Paradigma das Compras Governamentais.
Mas toda essa postura
crítica e questionadora, mas igualmente desafiadora e propositiva, gerou represália
administrativa, na medida em que recebi um gelo antártico, conforme já disse, o
qual me levou a pedir da administração, em março/abril passados, um outro
espaço para trabalhar no chão institucional. E aí reside, nesse segundo momento,
a primeira parte de outro constrangimento, que se soma ao dos 45 dias passados
na biblioteca, exilado. Continuarei explicando.
Antes porém devo
registrar que o próprio Superintendente me encaminhou para a Adjunta de
Projetos, oferta que declinei, apesar de ter sido bem recebido pelo seu gestor,
em função de que lá trabalha minha esposa. Em seguida, me foi negado, por uma
colega do chão institucional, trabalhar no setor de estudos empresarias e
econômicos, sob o argumento da preferência por economistas, os quais estão
entrando por força do concurso realizado. Mente nova, sem vícios, ou defesa
contra questionamentos e críticas? Sabe-se lá! Finalmente, abriu-se a oportunidade
de atuar como recepcionador e autenticador de documentação relativa ao ingresso
e internamento de mercadorias nacionais na ZFM. É aqui que está a segunda etapa
do segundo constrangimento. E por dois motivos. O primeiro porque observa-se
fragrante inobservância da gestão do conhecimento, quando a organização deixa
de observar um melhor arranjo do capital humano disponível para a formatação do
seu capital intelectual frente aos seus desafios estratégicos, que por sinal
viraram, definitivamente, letra morta. O segundo porque a atividade é mecânica
e repetitiva, sem nenhum cunho crítico ou reflexivo. Não há dúvida que todo
trabalho deve ser honrado, mas somente os sábios aceitam, de bom grado, um
declínio tão intenso. Isso sem falar que o colega responsável pelo setor me
pediu para dar uma força no protocolo, numa experiência sem igual.
Essa situação passou
a ser, além de constrangedora, nociva para a condição de coronariopata desta
forma ordinária. Após consulta médica, obtive laudo atestando para uma necessária
segurança de saúde, que implica em evitar atividades com stress elevado e/ou
ambiente sociolaboral nocivo. Esse encaminhamento oportunizou minha liberação
para o RH, com a mesma boa vontade com que fui recepcionado no setor de
controle de mercadorias. Claro.
Todavia, registro que
em apenas poucos dias de trabalho pude observar e comentar com os gestores
desse setor que a sistemática de controle é, na minha opinião, draconiana e
jurássica. Draconiana porque adota conceitos adicionais ao sistema nacional,
quais Manifesto Suframa e PIN. Jurássica porque gera um volume diário enorme de
papel. Penso que o controle poderia ser feito apenas pela eNF e pelo Manifesto
de Carga via extranet. Tudo arquivado nas nuvens, com um contador simples verde
e vermelho. Dependendo da força de trabalho disponível, a fiscalização
presencial seria direcionada para cada registro vermelho.
Essa visão, claro,
mereceu rebatimento dos pares, que eivados de orgulho, argumentaram que esta
forma ordinária não conhecia a sistemática. É verdade. Mas é verdade também que
num processo de criação mais vale uma visão desacostumada do que pré-conceitos
consolidados em anos de um processo evolutivo. Não há dúvidas que o Manifesto
Suframa e o PIN foram uma inovação organizacional no passado. Mas o cenário
hoje está diferente. Além de maiores facilidades tecnológicas, a Suframa está
condenada à condição de descartável, pois que com o movimento grevista, por
pouco, sua institucionalidade não restou definitivamente maculada. Assim seria
importante rever essa sistemática, estabelecendo parceria complementar em nível
de competência legal junto à ZFM, além dos convênios já existentes, tanto com o
tesouro nacional, quanto com os tesouros estaduais, socializando a
responsabilidade institucional da Suframa. Imaginem a Suframa fazendo esse
controle, o atual, por 50 anos, reproduzindo a cultura cartorial e burocrática
histórica do Estado brasileiro!
Na esteira da integração
da ZFM ao sistema tributário nacional, pode-se admitir até mesmo a aprovação de
projetos industrias mediante carta proposta da firma interessada em se
implantar no PIM endereçada à RFB, afiançando o compromisso de cumprimento do
PPB e informando valores de investimentos, custos e faturamento associados à
estrutura de produção dimensionada. O SISCOMEX, salvo engano, já passa pelo crivo
do tesouro nacional. Algo muito semelhante deve estar normatizado junto à Lei
de Informática em nível nacional, isto é, sem a institucionalidade da Suframa.
O Distrito Agropecuário da Suframa, recentemente, quase passou para o domínio e
competência do Estado do Amazonas. Faltou pouco, não fora o argumento federal
quanto ao estabelecido no Decreto-Lei 288/67, que pode, em última instância,
ser reformado ou revogado. Afinal, tudo em manifestação é transitório. Vejam o
setor comercial, ao estilo década de 70 e 80 do século passado, natimorto mesmo
com a ZFM em vigor. Nos próximos 50 anos a Suframa será extinta, seus
servidores distribuídos para outros órgãos do governo federal e a ZFM
perenizada.
Antes de terminar a
crônica, já que me aproximo da data atual, devo dizer algumas palavras que
motivaram o título. Objetivamente, perdi o jogo no chão institucional. Ao
construir uma ideologia própria, fiquei impregnado de orgulho, veneno que
destrói qualquer aspiração espiritual. Fui incapaz de manter um relacionamento
entre pares, tentando construir uma unidade de pensamento na diversidade de
ideias. Claro, os pares têm meia culpa, pois me isolaram. Houve, em verdade, um
conflito lá atrás, quando estava em franca ascensão profissional, que envolveu
minha resistência cognitiva com a ferramenta de política industrial centrada em
incentivos fiscais, quando adotada de forma perene, como sugere estar condenada
Manaus em seu processo de industrialização. Foi um conflito, que teve seu
desfecho em 2004, no início da administração passada, que não está aqui em
tela, quando perdi a oportunidade de estar próximo às decisões estratégicas. Na
realidade foram dois. O outro, da mesma época, dizer respeito ao enfrentamento
de uma posição de um decano formador de opinião no chão institucional, frente
aos roubos de cobre das linhas de transmissão do Distrito Industrial. Um dos
mais competentes guardiões da lógica do modelo ZFM, diga-se de passagem. Então,
a turma diretora do chão institucional deve ter vaticinado: “esse cara está
colocando as unhas de fora; vamos cortar a curica dele”. Pode ter sido
coincidência, mas, após esse incidente, fui preterido de assumir a diretoria de
Gestão Tecnológica, unidade administrativa cuja criação defendi e cujas
competências trouxe à baila para discussão na reforma organizacional de 2003. Ambos,
não estão em relatoria, mas têm, por motivos óbvios, conexões com esta crônica.
É que esses dois conflitos, especialmente o vinculado ao Decreto-Lei 288/67 e
suas derivações junto às ALCs, combinado com o fato de que fui voto ideológico
do PT, determinou, acredito, meu isolamento no chão institucional
historicamente à direita e receoso com o que poderia acontecer com a ZFM na administração
Lula. Tão vitorioso foi o esforço, que a elite local até agora conseguiu
resistir o assédio petista ao cargo máximo. Mas isso está cada vez mais
próximo, à espreita. Basta não haver alternância de poder na República, nas
próximas eleições. Por oportuno, registro que meu atual ceticismo frente ao
lulapetismo não decorre da situação individual, mas do descalabro na
coisa-pública associado ao aprofundamento da corrupção neste país e ao projeto
de poder estruturado na partidarização do instituto do Estado de Direito
democrático.
Retornando à crônica
em si. Apesar de remunerado com cargo de confiança, fui isolado das discussões
cotidianas na função planejamento, por ciúme ou por prudência, na medida em que
meus pares se sentiam superiores para jogar o “complexo” jogo da Suframa e da
ZFM. Dizem que no serviço público a estratégia é manter os inimigos por perto.
E assim foi. Covardemente aceitei essa posição, pois mantinha a oportunidade de
opinar em momentos de inflexão, quais de definição dos Planos Estratégicos. Além
disso, mantinha uma gratificação extra. Por que não? Afinal, é o que quase
todos fazem, aderindo ao pensamento único via postura do politicamente correto.
Outros tantos, acreditam, pia e absolutamente, que o Modelo ZFM alberga o
desenvolvimento, industrialmente falando. Em última análise, tudo depende de
consciência e conhecimento. Não obstante, quanto a minha concepção, não há
recuo, não tem retorno. Não que determinado entendimento seja melhor do que
outro. Mas que, certamente, cotejam e ensejam diretrizes e estratégias
alternativas e libertadoras. Foi assim quando defendi a incorporação da função
empreendedorismo científico-tecnológico (2010), após adoção do conceito de
Sistema Local de Inovação (2003), vetores indispensáveis para o
autodesenvolvimento, lógica da ideologia que adota a ZFM como um Projeto, e não
como um Modelo. Ideário que visa focar a emergência de firmas locais. Em 2008,
quando elaborei e socializei a síntese-reflexão Raciocinando por fora do pensamento único: evidências subjetivas de uma
esquizofrenia histórica, um amigo comentou, peremptoriamente: “Botelho,
Manaus continuará esquizofrênica”. É o que realmente me parece a necessidade
continuada de prorrogar o Projeto ZFM, sem a construção efetiva de uma solução
vertida ao autodesenvolvimento.
Aproveitei a
oportunidade, para publicar, em 2006, a segunda edição do Redesenhando o Projeto ZFM: um estado de alerta (uma década depois).
Sem falar que tive, ainda, a oportunidade de ler e escrever alguma coisa
convergente à ideologia que construí. Então, aproveitei para ler toda a coleção
Clássicos da Inovação, da Editora Unicamp. Nesse compasso, em 2010 e 2011,
publiquei, respectivamente, com minha aproximação aos conceitos de especialistas
do Sistema Global de Inovação, centrados nos do próprio profeta da inovação, Sínteses & Reflexões em prol das
amazonidades como ideário de desenvolvimento e Pequeno Ensaio em Prol da Construção de um Capitalismo Amazônico a
partir de Manaus. Foi a fórmula encontrada para contribuir indiretamente
para a discussão, que acredito Manaus deverá aprofundar, se desejar um
autodesenvolvimento minimamente autônomo e interdependente. Sem dúvida,
retribui à sociedade, a remuneração extra auferida no período 2004/2013.
Espero que tenha
ficado claro que as dificuldades atuais decorrem da rejeição do chão
institucional à ideologia e, sobretudo, ao orgulho desta forma ordinária, a
qual teve início em 2004. Hoje, aquela situação se alia os fatos correntes de
que a autoridade discricionária deve ter responsabilidade técnica de promover a
melhor gestão do conhecimento, além do que, evidentemente, deve ter
responsabilidade social, intervindo diretamente para evitar constrangimentos sociolaborais
impostos aos servidores. Na realidade, a autoridade discricionária parece estar
acuada, refém das relações de poder no chão institucional, transferindo
posições e responsabilidades à institucionalidade. Em tese, essa lógica é
interessante, pois nega a tradição presidencialista do chão institucional. Por
isso, é importante estar interagindo e se articulando, em avanços e recuos na
construção e manutenção de espaços. Mas, como disse acima, minha concepção da
ZFM como meio para o autodesenvolvimento é absoluta. Inegociável. Serei fiel à
ela enquanto valor até o final de minha existência, ou até se instalar a
condição senil nesta forma ordinária. Assim, do ponto de vista objetivo, em
2004, cortaram a minha curica; em 2013, me escalaram para a reserva. É o que
essa crônica tenta historicizar, a partir da visão deste cronista.
Apesar de que as
coisas podem politicamente mudar, é muito improvável que haja uma consciência
de que a ZFM seja entendida e adotada como um projeto e não um modelo. Na
realidade, com a sua prorrogação por tempo maior do que o de sua existência até
aqui, aponta para a possibilidade dela ser adotada como definitivamente
aderente ao sistema tributário nacional, por meio de parametrizações, algumas
delas já sinalizadas acima. Por isso é que entendo que a combinação da reserva atual
com a aposentadoria próxima constituem duas variáveis inexoráveis. E elas
deveriam ser aceitas de bom grado, do ponto de vista da prática espiritual. A
aposentadoria se dará daqui a 3 anos. A reserva, porque passo a atuar fora da
formação e, sobretudo, da experiência e do conhecimento acumulados. Mas o ego,
orgulhoso, continua a reclamar por mais e mais. Vamos ver o que rola!
Assim, o chão
institucional abre nova oportunidade para este servidor ativo do Estado
brasileiro, servindo a 30 anos no Projeto ZFM, especificamente na Suframa.
Exatamente na Corregedoria, como técnico. Nessa unidade administrativa em
formação, pelo menos, deverei contribuir lendo, refletindo e escrevendo, ao
invés de simplesmente apontar um leitor ótico para um código de barras. Vamos
ver o desenrolar e os desdobramentos dessa nova função, a qual deverá ser
impregnada de prudência, muita prudência, segundo orientação de um amigo
institucional. Espero, ainda assim, cumpri-la com a mesma determinação com que
cumpri, por exemplo, a função de diretor de planejamento, quando ajudei
ativamente a implantar um Sistema de Planejamento, à época inexistente no chão
institucional. As críticas e proposições deverão continuar a fazer parte dessa
nova atuação. Fazem parte da natureza egóica desta forma ordinária, longe de
ser um sábio.
É importante que se
registre, que essa oportunidade veio depois que me foi negado ir para o CBA,
após convite da sua atual gestora administrativa-financeira, formulado e
indeferido enquanto estive no setor de controle de mercadorias por uma quinzena.
Teria sido uma boa oportunidade de tentar colocar em prática todo o volume de
leitura que fiz na última década sobre desenvolvimento tecnológico, combinada
com a Política Industrial e Inovação Tecnológica, disciplina que ministrei no
CESF por 7 anos, entre 2001 e 2007. Mas, a Suframa não observa a gestão do
conhecimento, como disse acima. Pelo menos a partir do ponto de vista deste
cronista. Essa negação tem a ver, segundo minha avaliação, com a decisão de não
permanecer na função planejamento. Mas isso, a história trará melhor
entendimento depois que nos afastarmos dos fatos em curso.
Essa crônica é em
homenagem a um amigo, que mantenho anônimo. Ao saber das minhas dificuldades no
chão institucional, numa conversa na Saraiva, do Manauara, me disse,
afirmativamente: “Botelho, continue escrevendo, pois suas reflexões são válidas
e verdadeiras! ”. Na realidade, não sei se vale mais a pena. Do ponto de vista
do chão institucional, talvez tenhamos perdido a oportunidade de construir uma virtuosidade
entre a TSA e os Planos Estratégicos, para irmos além do Decreto-Lei 288/67. E
esse era o meu mote. Sem recursos, nada se faz! Sem falar no esvaziamento
político da instituição Suframa, do projeto ZFM. Na realidade, diga-se de
passagem, esse esvaziamento começou quando a Suframa perdeu sua autonomia
financeira, e não só a partir de agora, com a atual administração, a qual,
contudo, promove seu aprofundamento, segundo a visão deste cronista. Certamente,
porém, poderia continuar fazendo reflexões, num outro prisma, sob uma outra
ótica. Vamos aguardar inspiração e motivação. A ideia é aquietar a mente,
perspectiva difícil, mas não impossível.
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