segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Carta à Presidente [revista e ampliada]

Senhora Presidente,
Gostaria de sugerir, na qualidade de cidadão, que orientasse o próximo Superintendente da Suframa a buscar a construção de um capitalismo amazônico, sem descuidar da consolidação do PIM. Precisamos superar as contradições internas da ZFM, lastreadas pela dependência à atração de investimentos e seus respectivos pacotes tecnológicos! Superar no sentido dialético. Portanto, não nego sua importância relativa para nosso crescimento econômico.
A propósito, registro que apesar de não ter votado na sua proposta de governo, aprovo-a considerando suas ações contra a corrupção, que de resto representa obrigação do poder público, combinada com ações organizadas da sociedade civil. Mesmo tendo historicamente votado no PT, não entendo que o culto à personalidade seja uma ferramenta de consolidação da democracia. Falo da corrente política que se convencionou intitular de "lulismo". Por outro lado, a alternância de poder oxigena o processo democrático.
Além da condição de servidor ativo do Estado brasileiro a serviço na Suframa, tenho uma visão crítica e independente quanto à ZFM, que, de plano, o considero um projeto e não um modelo. Neste sentido, é que faço a sugestão objeto desta mensagem. O grande obstáculo para a construção de um capitalismo amazônico é nossa enorme dependência à economia que o PIM determina, combinada com as necessidades políticas de curto prazo. Portanto, um desenvolvimento minimanente autônomo e interdependente é um projeto de longo prazo. Precisamos de uma política de estado com um horizonte de 100 anos!
Seu governo poderá aprofundar os mecanismos e ferramentas de desenvolvimento associados a conceitos modernos quais Sistemas Locais de Inovação vis a vis Arranjos Produtivos Locais vis a vis Hélice Tríplice em prol do que chamo de forma restrita de AMAZONIDADES adaptado de Armando Mendes que desenvolveu esse conceito com caráter amplo. De caráter restrito porque tem a ver apenas com a realização de produtos no mercado a partir de insumos e saberes da floresta, todavia com capital e tecnologia endógena. Assim, devemos entender o conceito amplo de Armando Mendes como vinculado à cultura amazônica em sua totalidade.
O presidente Lula fez alguns avanços nos marcos regulatórios das ALCs que poderiam ser adaptados para todos os locais amazônicos, mas continuam inócuos por força dos vazios na nossa matriz capitalista, isto é, faltamos estrutura e estratégia empresarial, além de uma ambiência de inovação em sinergia com o empreendedorismo, especialmente o científico-tecnológico. Todavia, a legislação em si ainda é bastante tímida para potencializar mecanismos e ferramentas associados à moderna economia evolucionária. Precisamos avançar!!!
Coroando minhas investigações e reflexões de vinte anos, iniciadas no início dos anos 1990, publiquei neste 2011 um pequeno ensaio que já disponibilizei para a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Entendo que essa transparência ilustra minhas intenções puras em benefício dos amazônidas da Amazônia!
Sigamos em busca da Luz sempre na Luz para além da Luz aonde sempre existiu e sempre existirá Luz! Antônio José
Ps.: Se houver conveniência poderei reenviar o Pequeno Ensaio em prol da Construção de Capitalismo Amazônico a partir de Manaus, o qual, de todo modo, pode ser capturado na página http://www.antoniojosebotelho.com/

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